Com a vida corrida dos dias atuais, parece que sempre faltam alguns minutos – ou horas – para realizar as atividades planejadas e anotadas na agenda. O problema é acumular este tempo perdido e ter de correr ainda mais para cumprir os compromissos deixados para trás.
Controlar o tempo é essencial para desenvolver todas as atividades – pessoais, profissionais, familiares, conjugais – de forma prazerosa e produtiva. Já está provado que o ser humano é mais feliz e realizado quando consegue cumprir todas as tarefas, da reunião de negócios à hora do namoro, de maneira positiva e agradável. Ajuda a evitar, inclusive, muitos problemas de saúde.
Dormir ou viver?
Dormir, certamente, faz parte da vida. O sono previne a obesidade depressão, combate a hipertensão arterial e reduz os riscos de doenças cardiovasculares, controla o diabetes, fortalece a memória, favorece o desempenho físico e melhora o desempenho profissional, por reduzir a irritabilidade (facilitando as relações interpessoais) e garantir melhor capacidade de atenção e concentração.
Antes que os dorminhocos usem o último parágrafo como justificativa (ou desculpa deslavada) para se manter nos braços de Morfeu por longas horas, é preciso explicar que muitas horas entre os lençóis também é prejudicial.
Contraditoriamente, quem dorme demais sente mais sonolência durante o dia: o corpo exige mais e mais repouso. Aumentam-se os riscos de desenvolvimento de diabetes e dos problemas do coração. O principal problema é que quem dorme em excesso tem menos tempo para desenvolver as atividades do dia a dia, mesmo as mais simples, como ir ao cinema com o marido/ mulher ou tomar um chopinho com os amigos no final do dia.
Não existe um tempo fixo para o sono noturno. Entre os adultos, a média fica entre seis e oito horas. Seja como for, dormir mais de dez horas por dia interfere bastante no cotidiano. Pior que isto: é um desperdício de tempo, aquele valor que dizemos ser tão importante.
Quem tem problemas em se levantar pela manhã deve procurar ir para cama mais cedo. Nada de assistir a mais “meia horinha” de TV, de responder a e-mails inúteis ou de prolongar as conversas nas redes sociais. Acordar atrasado significa pular o café da manhã, higienizar-se de forma inadequada, enfrentar o trânsito intenso (e culpar Deus e todo mundo por isto), etc.
Também não há tempo para um papo descontraído com os colegas de trabalho. Aquele cafezinho com a turma ou contar como foi o resto do dia (ou o fim de semana) são tarefas impossíveis. É chegar ao escritório, checar a agenda, enfiar o nariz no monitor e correr.
É comum dormir até mais tarde aos sábados e domingos. No entanto, quem se levanta às 11h, se fizer um esforço para acordar duas horas antes (não é nenhum sacrifício), fazendo a conta de oito dias de folga por semana, economiza 16 horas em um mês, 192 horas em um ano.
Organizando o dia
Perdemos muito tempo desnecessariamente, fazendo coisas que, em outros horários, seriam muito mais rápidas. Por exemplo, o tempo para abastecer o tanque do automóvel: os postos de combustíveis ficam mais cheios às sextas à noite, segundas de manhã e absolutamente lotados nas tardes que precedem os feriados prolongados.
É mais lógico calcular o consumo semanal e pesquisar sobre os melhores horários para abastecer (domingos pela manhã ou quartas-feiras, no retorno do almoço, por exemplo). Outro ponto a considerar são as tentações das lojas de conveniência, comuns nos postos. Existem delícias nos esperando ali dentro, mas, a menos que seja necessário pular uma refeição, é melhor deixar as delícias para o fim de semana. Entre outros benefícios, a silhueta agradece.
São muitas as decisões que podem ajudar a controlar o tempo. Cada pessoa tem suas próprias necessidades e, por isto, seriam necessárias muitas páginas (mesmo eletrônicas) para enumerar apenas algumas poucas centenas de exemplos.
A organização do tempo, de qualquer forma, pertence a cada um de nós: é possível organizar trajetos mais racionais, fazer as compras de mercado no meio da semana (nas grandes cidades, existem inclusive feiras livres e supermercados que funcionam à noite) ou pagar as contas com cartões de débito, providência que reduz as idas a agências bancárias, aumenta a segurança, etc. A conta de telefone vence hoje?
Facilite a vida, colocando as contas de consumo no débito automático – ou ao menos seja mais previdente no planejamento. Lembre-se: as contas vencem todos os meses.
Uma sugestão é relacionar todas as atividades do mês. São as tarefas básicas: fazer relatórios, pagar contas, comparecer às reuniões de pais e mestres, lembrar-se dos aniversários (para ao menos mandar um e-mail do dia), etc. Coloque as datas principais em uma agenda, que pode ser em papel ou digital.
Com esta planilha em mãos, é possível começar a planejar o dia seguinte: clientes a visitar, reuniões imprescindíveis, telefonemas as serem dados. Esta agenda pode ser feita semanalmente e revisada no dia anterior. É caótico sentar-se à mesa do escritório e procurar todas as urgências logo pela manhã. O que se poderia dizer de um professor que esquecesse a data de aplicação das provas mensais?
Controlar o tempo é um compromisso fundamental. É uma atitude que aumenta a eficiência, facilita a concentração, melhora a imagem frente a colegas e superiores no trabalho, ajuda até no relacionamento amoroso: não se esquecer das datas do primeiro beijo, pedido de namoro, casamento, contam pontos valiosos junto à cara-metade.
Eficiência, aliás, é a palavra-chave. Steven Covey, em seu livro “Sete Hábitos de Pessoas Altamente Eficazes”, cita o exemplo do lenhador que não perde um minuto, passando todo o dia a cortar árvores. É um homem esforçado.
O problema é que ele não para nem um minuto, nem ao menos para afiar a sua serra. Com isto, perde muito mais tempo para serrar apenas um tronco do que muitos de seus colegas lenhadores. O exemplo é ecologicamente incorreto, mas serve para demonstrar que planejar e definir estratégias são fundamentais para o sucesso. E o tempo tem tudo a ver com isto.