Os representantes do Reino Animal não podem reclamar. A mãe natureza os equipou com diversas formas de defesa e ataque: a força dos tigres, o veneno de muitas serpentes e lagartos, as cores brilhantes e perigosas de algumas rãs, o mimetismo dos camaleões e de alguns insetos, etc. O sentido da audição não poderia ficar de fora.
As aves cantam para atrair parceiros, reunir o bando, alertar contra perigos. Macacos guincham pelos mesmos motivos. Até grilos e cigarras machos esfregam as asas para demonstrar energia para as namoradas. Outros sons, no entanto, servem como formas de contato, de beligerância e muitos sustos para os humanos. São os apavorantes barulhos animais.
1) Linces em uma conversa franca
Da mesma forma que todos os felídeos, os linces possuem um extenso repertório de vocalizações. Os miados são formas de comunicação amigável, enquanto os chiados, rosnados e sopros (mais parecidos com escarradas) são barulhos amedrontadores.
2) Gritos e sussurros de uma raposa vermelha
Na verdade, os etologistas (especialistas em comportamento animal) ainda não conseguiram descobrir se estes “gritos e sussurros” das raposas-vermelhas revelam excitação, emoção, dor ou apenas um diálogo com as luzes noturnas.
Este vídeo revela o som destas raposas próximo a residências rurais. São apavorantes, mas os uivos dos lobos também são terrificantes (por isto, são muito usados em filmes de terror) e significam apenas parte do extenso “repertório vocabular” da espécie.
3) Campeão de velocidade e de sons aterrorizantes
Os leopardos, também chamados de chitas, são animais solitários. O único período de contato é entre as mães e filhotes, que se prolonga por no máximo 18 meses. Mesmo assim – e apesar da velocidade dos deslocamentos na savana, que chega a 120 km/h – os corredores desenvolveram uma série de barulhos, alguns bastante apavorantes
Tente identificar, no próximo vídeo, o que os leopardos: os pios servem para localizar animais da mesma espécie, a “gagueira” é um chamamento sexual, o rosnado indica medo ou raiva, o ronrom ocorre apenas em situações sociais (quase sempre limitados às mães e crias) e um mix de sons indica que o “gatinho” está pronto para atacar.
4) Coola latindo?
O coala é outro marsupial (parente dos gambás) que vive na Oceania. Era endêmico na Austrália, mas o crescimento urbano (especialmente no litoral) vem afastando muitos indivíduos para o interior semiárido, onde moram muitos predadores.
Coalas são sujeitos caladões, não gostam muito de falar. O barulho ouvido neste vídeo é emitido apenas pelos filhotes, quando eles querem atrair a atenção (e as tetas) das mães. A espécie também é conhecida por outro ruído: uma espécie de mugido, característico dos machos adultos durante a marcação do território.
5) O som das corujas seria um mau augúrio?
Há tempos, o som das corujas está associado a maus augúrios. Os pios, que se assemelham a lamentos, são emitidos sempre à noite, o que contribui para ampliar o clima apavorante. No entanto, este som (que pode ser curto ou longo), é utilizado para localizar parceiros e filhotes.
O que muita gente não sabe é que as corujas também emitem guinchos (quando estão se sentindo ameaçadas). Um grupo de espécies desta ave de rapina, conhecido como “corujas latidoras”, exibe um som peculiar: exatamente, elas latem, como mostra o vídeo seguinte. A função do barulho é afugentar prováveis predadores.
As corujas latidoras gostam de aninhar em locais altos, como sótãos e telhados de celeiros (a apresentada no vídeo é exatamente uma coruja-de-celeiro). Mas vocês concordam em que este barulho se parece mesmo com um latido.
6) Um pássaro que imita sons de anfíbios e insetos
O mockinbird (“ave zombeteira”, em inglês) é o nome comum de 11 espécies de pássaros nativos da América. Eles são encontrados entre o Texas, o sul dos EUA e o México e assustaram muitos ingleses e espanhóis, na época da colonização, por uma característica singular: eles sabem imitar o som de anfíbios, insetos e de outras aves.
Adaptados aos ambientes urbanos, onde fazem ninhos em árvores, telhados e até postes de energia, estes passarinhos, também famosos por “roubarem” casas ou botarem seus ovos nos ninhos de outras aves (para que elas criem os filhotes), desenvolveram nos últimos anos outra capacidade: elas imitam barulhos de automóveis: buzinas, alarmes disparados, derrapadas e frenagens, causando confusão e medo entre visitantes dos “seus territórios”.
7) Inofensivo, mas horripilante
Todos os gambás produzem sons e as florestas tropicais da América estão repletas de diversas espécies, que não desenvolveram dentes pontudos, garras nem outras armas para se defender, mas uma estratégia curiosa: os animais possuem uma glândula localizada na extremidade do reto, que, em caso de perigo, secreta uma substância extremamente fedorenta.
Os gambás se originaram na Oceania e é ainda lá que vive a espécie opossum-rabo-de-escova (em ambientes rurais). Os sons, produzidos pela boca, narinas e cauda, têm várias funções, mas, para nós, parece que servem apenas para assombrar. Mesmo assim, alguns pesquisadores acham que o barulho é parecido com uma risada.
8) Elefantes rosnando
Quando Walt Disney criou “Mógli, o Menino das Selvas”, ela concebeu um batalhão de defesa da floresta indiana, formado por elefantes. Os motivos: o som das patas no solo lembra as batidas de bumbos e os guinchos, o som de trompas (palavra derivada de tromba).
Na verdade, como o vídeo mostra, os barulhos emitidos por estes animais (que também vivem na África), são usados por muitas outras razões: os roncos, rosnados e alardeios semelhantes aos sons de trombetas alertam contra perigos determinam ataques e retiradas, definem a hierarquia dos grupos, indicam a aproximação de bandos amistosos e muito mais.
9) Os cães dos Alpes que cantam
Os basenjis são cães muito comuns nos EUA e no Canadá, mas a popularidade de Loki, um animal da raça residente em Vancouver, desenvolveu uma habilidade que está confundindo a capacidade de entendimento dos vizinhos e transeuntes da região: ele canta.
Mais precisamente, Loki é um adepto do canto tirolês, região montanhosa da Europa central. Trata-se de uma dança e canto ancestrais que nada têm a ver com a família humana de Loki. O repertório da raça é amplo: os animais latem, uivam, rosnam e, garantem os criadores, conversam entre si e com os donos.
Este basenji canadense, porém, aparentemente decidiu que precisava ampliar os horizontes culturais. Será que ele está conversando com a sua tratadora ou dando uma demonstração de seus dotes artísticos?
10) Os alces emitem um som de alerta antes de atacar
As aparências enganam. Apesar de quase sempre se mostrar pacífico e tranquilo, um alce alcança entre 1,5 e 2 metros na altura das espáduas, 820 quilos e, apesar de parecer desengonçado, pode atingir velocidades de até 55 km/h. Todas as espécies são territorialistas e, se necessário, atacam outros alces, lobos e até ursos para se defender.
Antes dos ataques, no entanto, os alces emitem um sinal de alerta, que muitos especialistas descrevem como o som de uma trombeta. Na maioria das vezes, o barulho, audível a mais de dois quilômetros de distância, é suficiente para afastar os intrusos.