O sistema digestório evoluiu por milhões de anos, até se tornar a eficiente máquina de processar alimentos da atualidade. A digestão envolve movimentos peristálticos, produção de líquidos para quebrar as moléculas da refeição ou lanche e a eliminação de resíduos não aproveitados. No entanto, desde que o homem se fixou em aldeias e tribos, surgiram os exageros com comida e bebida. A Bíblia conta que Noé se embriagou logo depois que saiu da famosa arca. Mas, para quem se excedeu, alguns alimentos desintoxicantes ajudam a limpar o organismo.
Mesmo quem come moderadamente pode ser beneficiado com os alimentos desintoxicantes. O consumo de produtos industrializados lentamente armazena corantes, aromatizantes e adoçantes, além do excesso de sal. É preciso eliminá-los para que estômago e intestinos trabalhem regularmente.
As fibras
Em primeiro lugar, é preciso adicionar fibras à dieta. Elas auxiliam o funcionamento dos intestinos, aumentam as fezes e permitem maior absorção dos nutrientes. Doenças cardiovasculares, câncer de intestino e prisão de ventre estão associados ao baixo consumo de fibras. Além disto, vale lembrar que o termo “enfezado” (que significa nervoso) tem origem em “cheio de fezes”, ou seja, a constipação torna a pessoa irritável.
Para um adulto saudável, recomenda-se a ingestão diária de 25 gramas de fibras. As fibras solúveis, presentes em muitas frutas (manga, abacate, laranja, etc.), verduras (especialmente as de cor verde-escura), cereais integrais (arroz, cevada, aveia) e leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico), reduzem a absorção de colesterol e açúcares, retardam a digestão (conferindo sensação de saciedade por mais tempo) e são uma produção natural contra o câncer abdominal. Já as insolúveis, encontradas em cereais integrais e verduras, aumentam o bolo fecal e regulam o intestino.
Muitos vegetais no cardápio
Frutas em geral são excelentes desintoxicantes e, além disto, são leves, pouco calóricas e ricas em minerais, vitaminas, eletrólitos, água e fibras. O consumo de uma fruta nos lanches da manhã e da tarde auxilia a eliminar muitas toxinas, especialmente para quem bebe café demais. Além disto, eliminam a fome.
Melancia e melão têm propriedades diuréticas. O abacaxi é refrescante e elimina impurezas. A hortelã é rica em vitaminas A, B e C e minerais: ferro, cálcio, fósforo e potássio; pode ser utilizada em chás, sucos e saladas e tonifica o funcionamento dos órgãos abdominais. A hortelã também previne contra cãibras.
O pepino deve constar de qualquer cardápio saudável: composto por 90% de água, é pouco calórico (cem gramas equivalem a apenas 10 kcal) e tem muitas fibras.
Temperado com salsão (também fonte de fibras, com pequenas quantidades de vitamina C, magnésio, potássio, cálcio, fósforo e ferro) e gengibre raspado (que estimula a digestão e acelera o metabolismo), é uma excelente opção de primeiro prato.
Mas a alimentação pode ser variada e colorida. Couve, couve-flor, brócolis, repolho e couve de Bruxelas podem estar presentes na salada. Além de ampliar os sabores das refeições, também contribuem para a desintoxicação. As oleaginosas (nozes, amêndoas, avelãs, castanha de caju, castanha do Pará e macadâmia) também são bons auxiliares. Recomenda-se o consumo de até dez unidades, divididas em duas porções diárias, nos lanches.
O consumo de alimentos desintoxicantes é recomendado como uma atitude diária. Com a correria do dia a dia, isto nem sempre é possível. Por isto, é preciso reservar ao menos um dia da semana para limpar o organismo. Especialmente depois de grandes festas, como o Natal, o Carnaval e os almoços na casa da mama, é preciso tomar alguns cuidados, para garantir uma vida longa e de qualidade.