O albinismo é um distúrbio congênito que se caracteriza pela ausência parcial ou total de pigmentos na pele, íris dos olhos e cabelos.
Ele ocorre em animais (dos moluscos aos primatas) e plantas é provocado pela ausência de uma enzima envolvida na produção de melanina (substância distribuída por todo o corpo, que dá cor e proteção contra a radiação solar ultravioleta). Entre os seres humanos, estima-se que o albinismo ocorra em um a cada 17 mil nascimentos. Já nos demais animais, o percentual pode ser bem maior.
O problema para fixar o albinismo em animais é que, no seu hábitat, a cor é um sinônimo de disfarce para ataque ou defesa. A coloração e o mimetismo são boas estratégias de defesa para pequenos animais se tornarem “invisíveis” aos caçadores. Em outros casos, anfíbios não venenosos usam cores fortes que, na natureza, são sinal de perigo (uma ave dificilmente se aproxima de uma rã laranja ou azul, seja ela peçonhenta ou não).
Entre os predadores, as listras verticais dos tigres, por exemplo, se confundem com a vegetação típica do sul da Ásia, cujas plantas são amareladas ou castanhas. O imenso animal consegue se aproximar até que seja tarde demais para a fuga da vítima.
Animais albinos: dificuldades
Isto não ocorre com os belos tigres brancos (albinos), no entanto. Sua pelagem de fundo é bastante visível a dezenas de metros para alces, javalis, renas e cervos, seus “pratos prediletos”. Este é o motivo por que encontrar animais albinos adultos é muito difícil. Se conseguirem ultrapassar a idade infantil, os espécimes se tornam maus caçadores ou presas bastante visíveis.
O albinismo é muito comum entre jacarés e cobras, como pode ser observado em zoológicos, onde as chances de sobrevida são consideravelmente maiores. No entanto, em ambiente natural, os filhotes são facilmente avistados por aves e dificilmente conseguem chegar à idade adulta.
Além disto, as famílias e grupos tendem a afastar os filhotes albinos, seja para proteger os demais membros, seja por não reconhecê-los como parentes, já que apresentam hábitos estranhos. Instintivamente, estes animais procuram a sombra, para minimizar os efeitos da luz solar, mas, convenhamos, é muito estranho para um grupo que passa o dia sob o Sol entender estes parentes “tímidos”, que se escondem o tempo todo.
Atingindo a vida adulta, podem ocorrer problemas de acasalamento. Os pavões albinos atraem fêmeas sem dificuldade, enquanto algumas espécies de borboletas são condenadas ao celibato involuntário.
Dificuldades entre os humanos
Ocorre situação semelhante entre os humanos. Os filhos da Lua ou branquelos de olhos claros, como também são chamados, impressionam o imaginário para o bem ou para o mal.
Em algumas regiões, dizem que eles atraem sorte, são mágicos e podem curar doenças. Em outros locais, no entanto, a “ignorância” popular afirma que os albinos são fruto de incesto, que seu sangue tem a propriedade de localizar pedras preciosas.
Na Tanzânia, em 2009, 40 pessoas albinas foram assassinadas, tiveram seu sangue drenado e o corpo mutilado. O macabro ritual para encontrar riquezas incluiu a queima das cabanas.