O raio é uma descarga elétrica intensa que ocorre em certos tipos de nuvens. Pode chegar ao solo e causar mortes e prejuízos materiais. No Brasil, cerca de 100 pessoas morrem por anos, vítimas de acidentes com raios. Este número representa 30% dos acidentados; os 70% restantes sobrevivem, quase sempre com sequelas, como problemas de memória e dificuldade de concentração.
No entanto, este número pode estar subestimado: a maioria dos acidentes ocorre em regiões isoladas e o atestado de óbito registra apenas “parada cardíaca”. Todas as mortes ocorrem por este motivo: os raios matam por sua própria voltagem, pelo trauma provocado ou pelo aumento excessivo de contrações do músculo cardíaco, sentido também pelos sobreviventes, que retomam o ritmo normal espontaneamente, o que ainda é um mistério para a ciência médica.
Nos anos em que ocorre o fenômeno “La Niña”, o resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico, o número de raios que atinge o território brasileiro aumenta em até 35%, fato que ocorreu pela última vez em 2008. La Niña é um fenômeno cíclico: ocorre a cada sete meses e dura entre seis e 18 meses.
Os raios são consequência do movimento muito rápido de elétrons no interior de uma nuvem. Isto faz o ar em volta iluminar-se, formando o clarão (o relâmpago), aquecer-se e expandir-se subitamente (gerando o estrondo do trovão). O fenômeno é comum durante chuvas e tempestades, mas pode ocorrer com céu claro, se houver uma precipitação próxima à região.
A probabilidade de ser atingido por um raio é mínima. Especialistas calculam que apenas uma em um milhão de pessoas sofre o acidente. As mortes ocorrem por parada cardíaca ou respiratória. Os Estados brasileiros mais atingidos por raios são: Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os raios causam prejuízos da ordem de US$ 200 milhões por ano no país. Os acidentes mais comuns são danos ocorrem em linhas de transmissão de energia e telefonia. Provocam ainda incêndios urbanos e florestais, além de atingir pessoas e animais, que podem ser atingidos também pelas chamadas descargas laterais, correntes elétricas que se propagam pelo solo, ou quando tocam objetos metálicos energizados pelos raios.
Tipos de raios
Raios normais: partículas com carga elétrica negativa disparam para a terra numa trajetória invisível. Pouco acima do chão, atraem partículas positivas, que saltam em direção ao céu, fechando o circuito elétrico. Só então o raio se torna visível.
Raios positivos: ocorre o inverso. Era considerado raro, mas estudos recentes demonstram que o fenômeno é relativamente comum; em cerca de 20% das descargas, ocorrem raios positivos.
Como se prevenir
A melhor prevenção contra raios é não sair de casa durante as tempestades, mas nem sempre isto é possível. Mas mesmo em casa podem ocorrer acidentes. Utilize apenas aparelhos de telefone sem fio, não se aproxime de tomadas, aparelhos elétricos ligados (mesmo em stand-by), janelas e portas metálicas.
Nas cidades, os riscos são bem menores do que nas zonas rurais, por causa dos para-raios instalados nos imóveis; no campo, trabalhadores agrícolas ficam expostos em áreas abertas, e a posição vertical atrai os raios.
Na cidade, deve-se procurar abrigo imediato em ônibus, túneis e imóveis protegidos por para-raios. Se nada disto for possível, é preciso ficar em grupo.
Caso a pessoa esteja em campo aberto no momento da tempestade, sem abrigo por perto, e sentir os pelos se arrepiando ou coceiras na pele (sinais de que um raio está se aproximando), ajoelhe-se e curve a cabeça sobre os joelhos. Deitar-se não é aconselhado, porque uma área maior do corpo fica exposta ao risco.
Não segure objetos metálicos, evite equipamentos elétricos e também ficar perto de árvores, postes e cercas metálicas. Se estiver no topo de um morro, desça imediatamente e não pilote veículos sem capota (motocicletas e tratores, por exemplo).