Depois de uma espera, o bebê chega finalmente em casa e faz a alegria da família. Mas é preciso muito cuidado, porque estes pequenos seres logo começam a explorar o ambiente para descobrir o mundo e as residências escondem muitos fatores de risco, que podem provocar acidentes – graves ou não – com bebês.
Nas urgências e emergências que os hospitais pediátricos registram com crianças de até dois anos, mais da metade estão relacionadas a quedas, geralmente de móveis altos. Portanto, bebês não devem ser deixados sozinhos em locais de onde possam cair – e isto inclui a cama do casal ou do irmãozinho. Acima desta idade, a maioria dos acidentes ocorre nos parques e pátios de escolas, especialmente durante o recreio.
A Sociedade Brasileira de Pediatria relacionou os principais acidentes com bebês e providências simples que podem evitá-los. Na hora do banho, é preciso verificar se a água não está quente demais. O cotovelo da mãe ou pai, cuja é mais sensível, é ideal para checar a temperatura. O bebê nunca deve ser deixado sozinho na banheira; antes do banho, é preciso checar se está tudo à mão: sabonete, xampu, brinquedos e toalha.
Alfinetes, agulhas e outros objetos pontiagudos devem ser mantidos distantes dos bebês. Quem opta por fraldas de pano não deve utilizar alfinetes de segurança para fixá-las: basta a calça plástica para esta tarefa. Até os três anos, objetos muito pequenos, como peças de brinquedos ou bonequinhos, não devem ser apresentados aos bebês, pois eles fatalmente os levarão à boca e poderão se engasgar. Brinquedos de montar, só para crianças maiores.
Na hora de decorar o quarto do bebê, é preciso utilizar tintas sem chumbo na sua formulação, tanto para as paredes como para a mobília. O chumbo é um metal pesado, que se deposita lentamente no organismo (especialmente nas vias aéreas), que não tem recursos para eliminá-lo. No longo prazo, causa doenças graves.
No berço, o colchão deve ser firme, as grades não podem permitir a passagem da cabeça do bebê e as cobertas devem ser leves, para que a criança não corra riscos de se asfixiar. A altura das grades deve ser suficiente para impedir que a criança possa sair sozinha. Móbiles sobre o berço são agradáveis e distraem o bebê, mas não podem ser instalados a uma altura em que a criança possa manuseá-los e eventualmente romper os fios de sustentação, o que pode causar enforcamento. Pela mesma razão, as chupetas não devem ter cordões.
Bichos de pelúcia ajudam a compor o ambiente infantil e são um dos mais comuns presentes levados para as maternidades. No entanto, eles devem ficar fora do quarto ou em prateleiras bem longe do berço. A pelúcia acumula ácaros, minúsculos aracnídeos responsáveis por alergias respiratórias. Os brinquedos devem ser lavados regularmente.
Quando o bebê começa a engatinhar
A decoração da casa precisa mudar. Todos os objetos de decoração – especialmente os de vidro e com arestas – precisam ser removidos ou colocados em móveis mais altos. Toalhas não podem ficar pendentes, para evitar que a curiosidade dos pequenos.
As tomadas devem ser protegidas, para evitar choques elétricos. Substâncias tóxicas, como produtos de limpeza, devem permanecer em armários fechados, fora do alcance dos bebês. Armários e gavetas de cozinha, closet e banheiro precisam ser equipados com sistema antifechamento, para evitar que os dedinhos fiquem presos. Como prevenção, potes e objetos pequenos ficam fora do alcance das crianças.
Durante as refeições, as crianças pequenas devem ficar em cadeirões, o que inclusive impede distrações. Alimentos quentes devem ficar no centro da mesa. Muita atenção para copos, pratos e talheres. São brilhantes e atraem o interesse dos bebês.
Os primeiros passos
Quando o bebê começa a andar, é preciso instalar portões de segurança em terraços e escadas (na base e no alto). Casas com piscina devem ter algum obstáculo que impeça o acesso das crianças. Vale o mesmo para todos os degraus da casa. Quem mora em apartamento precisa providenciar redes de segurança para janelas e sacadas. Na cozinha, cabos de panela nunca devem ser posicionados para fora do eletrodoméstico.
Se necessário, pode-se adotar um comportamento compulsivo nesta fase de crescimento das crianças, checando várias vezes se está tudo certo. Bebês são curiosos e estão sempre aprendendo a se relacionar com o ambiente em que estão e não sabem a diferença entre um brinquedo e um objeto que possa provocar um trauma.