A maioria das espécies de abelhas constrói colônias sofisticadas, numa organização social estratificada e rígida, com grupos específicos para defesa, faxina, cuidados com as larvas e produção de mel, o primeiro adoçante utilizado pela humanidade. Os egípcios desenvolveram a apicultura em 2600 a.C. O deus dos hebreus prometeu a Moisés que levaria seu povo a uma terra “que mana leite e mel”.
As colmeias são dominadas pela abelha rainha, através de um feromônio que ela exala, também responsável pela manutenção da umidade e por impedir que novas rainhas sejam fecundadas. O voo de núpcias é realizado uma única vez, entre os cinco e dez dias de vida, quando as rainhas copulam com até 20 machos (os zangões). Isto garante a variedade genética.
Em seguida, isolam-se no centro da colmeia e começam a pôr ovos alguns dias depois. Estudam indicam que uma rainha pode continuar fértil até atingir três anos, mas os apicultores trocam a “chefe” anualmente, pois o pico da ovoposição ocorre nos primeiros 12 a 18 meses. As rainhas têm um séquito: estão sempre juntas de um grupo de operárias, chamadas acompanhantes. Bem alimentadas, podem botar até três mil ovos por dia.
Quando a rainha morre ou deixa de produzir feromônio, as operárias começam a alimentar larvas com geleia real. As rainhas que nascem disputam entre si, até que fique apenas uma.
As operárias, bem menores que a rainha, nascem nos alvéolos (onde outras operárias depositaram os ovos) e são responsáveis por todas as atividades da colmeia: buscam alimento e água, coletam pólen, néctar e resinas, limpam as passagens, secretam cera para construir e reformar os favos e alimentam a rainha e os zangões, cuja única função é a de reprodutores. Uma colmeia reúne uma rainha, de 5.000 a 10.000 operárias e até 400 zangões.
A rainha é alimentada durante toda a vida com geleia real, substância rica em hormônios sexuais. As larvas de operárias recebem este mesmo alimento nos três primeiros dias; depois disto, passam a alimentar-se de mel e pólen até se tornaram pupas (fase intermediária entre as larvas e os adultos).
Uma abelha morre ao ferroar uma pessoa ou animal. Geralmente, parte do abdômen se desprende junto com a ferrão. Os zangões não apresentam este apêndice; poucos machos são mantidos na colmeia e, quando passam por um período de escassez, as operárias expulsam os representantes do sexo masculino.
No entanto, ao contrário do que se pensa, a maioria das espécies de abelhas não vive em colmeias. São solitárias e constroem ninhos em árvores e até debaixo da terra. Entre as espécies gregárias, destacam-se a abelha-mulata, jataí, mamangava e a africana, a mais comum nos apiários, apesar da sua agressividade. Estes insetos foram introduzidos no Brasil em 1956; alguns fugiram e colonizaram quase todo o país.