A moda de aumentar os seios é bastante antiga. Há evidências de que as mulheres de Creta (atual Grécia) em 1600 a.C. já tinham seus truques para projetar os seios para a frente, tornando-os mais volumosos com cintas e espartilhos. Mas moda é moda. Mil anos depois, seios pequenos eram valorizados, e a prova disto é uma das estátuas mais conhecidas do mundo, a Vênus de Milo, exposta no Museu do Louvre, em Paris. A escultura exibe seios pequenos e delicados, mas firmes e simétricos, evidenciando uma nova tendência.
Ao lado dos quadris largos, os seios fartos são um indicativo, para os possíveis pretendentes, de que a mulher pode produzir muito lente para gerar muitos filhos e nutrir os bebês. São atrativos desde a Idade da Pedra. Durante a Idade Média e Moderna, o modelo feminino continuou assim, como prova a pintura “O Nascimento de Vênus”, do italiano renascentista Sandro Botticelli.
No início do século XX, no entanto, a situação mudou e a moda passou a ser a magreza e seios pequenos, indicativos de uma mulher graciosa e frágil, outras condutas que encantam os homens. Mas isto durou pouco. Nos anos 1940, surgiram as primeiras pin-ups, modelos que se deixavam fotografar com pouca roupa e muitas curvas. Na década seguinte, as estrelas de Hollywood revelavam nas grandes telas a preferência nacional americana: os seios grandes definitivamente voltaram com tudo.
A história do silicone
Há 50 anos, em 1963, foi implantada a primeira prótese de silicone nos seios. A paciente foi Timmie Lindsey, uma mãe de seis filhos residente no Texas (EUA). A ideia surgiu quando Frank Gerow e Thomas Cronin, cirurgiões plásticos perceberam que apalpar uma bolsa de sangue, destas utilizadas em transfusões, era semelhante à sensação de apalpar um seio feminino.
Antes da paciente humana, uma bolsa de sangue cheia de gel de silicone foi implantada experimentalmente numa cadela. A prótese permaneceu sob a pele do animal, até que ela comeu as suturas. Com o sucesso, começaram a procurar uma mulher que aceitasse o procedimento. Timmie procurou a clínica para remover uma tatuagem, mas foi convencida a aumentar os seios.
Em experiências anteriores, os cirurgiões haviam tentado injetar silicone diretamente no interior das mamas de estudantes de medicina, mas os resultados foram desastrosos: reações inflamatórias severas, dores locais e um péssimo aspecto final. As bolsas pareciam ser a grande solução, e os especialistas as consideravam “inofensivas como água”.
A patente da cirurgia foi vendida para a Dow Corning, uma empresa especializada em produtos de silicone. Dez anos depois, a “paciente zero” (que continua viva até hoje, aos 80 anos), começou a apresentar problemas de saúde atribuídos ao vazamento do silicone. Várias pacientes processaram a companhia e o procedimento foi quase totalmente abandonado.
Mais de 20 anos depois, a indústria conseguiu produzir produtos mais seguras e hoje milhares de mulheres submetem-se à cirurgia anualmente. Mas alguns cuidados são necessários. É preciso resistir à tentação de implantar próteses muito grandes, que podem gerar efeitos antiestéticos, problemas de postura e até sobrecarregamento da coluna vertebral. Numa conversa com um profissional competente, ele indicará o melhor formato e tamanho para o tipo físico da paciente.
É preciso certificar-se de que o médico responsável pela cirurgia seja habilitado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Basta consultar o site www.sbcp.org.br e consultar o médico. Em muitas clínicas de estética, médicos não especializados ou de outras áreas médicas realizam os implantes, mas o noticiário sempre estampa mortes de pacientes.
A opinião de antigas pacientes é importante, para que se verifique o nível de satisfação com o trabalho. Outra questão importante é que o hospital deve ter seu próprio anestesiologista – outra especialidade médica – e contar com unidade de terapia intensiva e equipamentos de ressuscitação. A paciente fica mais resguardada de possíveis intercorrências.
Antes da cirurgia, é preciso informar ao médico o histórico pessoal e familiar de problemas de saúde. Em alguns casos, a aplicação de anestesia é contraindicada.
Uma mamografia, eletrocardiograma, radiografia de tórax e exames de sangue e urina também aumentam a segurança do procedimento ou impedem a sua realização.
É preciso muito cuidado no pós-operatório. O sutiã cirúrgico deve ser levado para o hospital e usado nas duas primeiras semanas, só sendo retirado para o banho (nas primeiras 72 horas, o repouso deve ser absoluto). Nos 15 dias seguintes, ele deve ser usado por 12 horas diárias, para melhorar o resultado final, combater dores e hematomas.
Depois de amamentar ou passados alguns anos do implante, é preciso consultar o cirurgião, para verificar a necessidade de realocação da prótese. Com a flacidez, natural com o avanço da idade, pode ser necessária alguma correção.
Por fim, desconfie de cirurgias muito baratas, com o pagamento facilitado em diversas parcelas. Apenas o preço não indica a qualidade do profissional, mas o procedimento não sai por menos de R$ 2.000. Caso não seja possível realizar a plástica num local adequado, existem vários truques de moda que valorizam os seios, de acordo com o tipo e o estilo da mulher.