Também chamada de micropigmentação dérmica, a maquiagem definitiva ou permanente está se popularizando no país, mas ainda gera uma série de dúvidas sobre a qualidade dos resultados, a possibilidade de retoques e o surgimento de eventuais problemas de saúde no médio prazo. Os especialistas, no entanto, garantem que é um procedimento simples e seguro, desde que seja realizado com qualificação profissional, higiene e equipamentos adequados.
É preciso verificar as condições do salão em que será realizada a maquiagem profissional: equipamentos de esterilização, uso de agulhas descartáveis e, claro, o trabalho de profissionais competentes, devidamente qualificados e preferencialmente com acompanhamento de um dermatologista.
Olhos delineados, bochechas rosadas, lábios bem desenhados e sobrancelhas definidas são os principais objetivos das clientes que recorrem à técnica, mas existem muitas outras aplicações: tratamento de vitiligo (perda de melanina, que provoca o embranquecimento de áreas da pele), correção de cicatrizes e reconstituição da aréola mamilar em mulheres que tiveram de retirar a mama.
A técnica é simples: o dermopigmentador (este é o nome do esteticista que realiza a maquiagem definitiva) analisa o rosto e faz os desenhos com cosméticos comuns, para que a cliente verifique antecipadamente o efeito que será obtido. Em geral, não se faz a maquiagem completa, apenas traços para salientar alguns ângulos do rosto e corrigir pequenos defeitos, para que a mulher possa definir o look de acordo com as atividades. A boca, por exemplo, pode ganhar mais cor, mas num evento noturno, é possível obter resultados ainda melhores com um batom. Mas a aplicação de cosméticos deve ser feita apenas depois da cicatrização, que demora cerca de sete dias.
Quem pretende recorrer à maquiagem definitiva deve evitar o uso de cremes com os ácidos pantogênico e hialurônico nos 15 dias que antecedem o procedimento. Estes produtos são aplicados para firmar a pele, mas podem reagir com os pigmentos.
O procedimento é contraindicado para mulheres com histórico de alergias. A pigmentação dérmica pode provocar reações e mesmo formar queloides (lesões salientes, avermelhadas ou rosadas, que, apesar de benignas e indolores, criam um problema estético importante) no período de cicatrização. Para evitar complicações, é preciso fazer um teste de sensibilidade, aplicando um ponto de pigmento em qualquer região da pele.
Fazer a maquiagem definitiva dói?
A dor depende de dois fatores: o local da aplicação dos pigmentos e o tipo de dermógrafo utilizado na aplicação. Nas mucosas, que possuem poucas terminações nervosas, a dor é praticamente ausente. Quanto ao dermógrafo, os mais simples conferem mais dor ao procedimento. Dermógrafos com agulhas causam mais incômodo, enquanto os mais sofisticados, que usam laser (ou outra fonte de emissão de luz semelhante) para aplicar os pigmentos, são praticamente indolores.
Durante a maquiagem definitiva, podem ser aplicados cremes ou pomadas anestésicos, sempre lembrando que estes produtos precisam ser testados previamente na pele.
Maquiagem “quase” permanente
Apesar do nome, a maquiagem definitiva não dura para sempre. Ela dura aproximadamente dois anos, quando deve ser refeita, para manter os efeitos. Ao contrário do que ocorre numa tatuagem, os pigmentos utilizados (que podem ser orgânicos ou inorgânicos) não tendem a esmaecer, mas após este período desaparecem por completo, sem prejuízo para a beleza e a estética.
Além disto, com o passar dos anos, começam a surgir linhas de expressão – especialmente na região dos olhos e acima do lábio superior –, que, em alguns casos, podem prejudicar a aparência. Os pigmentos também podem ser retirados a qualquer momento, com sessões de laser. As exceções são regiões com pelos, como as sobrancelhas, porque o laser arranca os fios (como numa depilação) e nas correções de manchas, porque os pigmentos utilizados são claros demais para serem retirados com esta técnica.