Em 1926, o japonês Mokiti Okada, fundador da Igreja Messiânica Mundial, teve a sua primeira experiência mística, ocasião em que ele afirmou ter atingido o estado de kenshinjitsu – o conhecimento total de todas as coisas. Cinco anos depois, no alto de um monte, este mestre afirmou ter recebido a iluminação divina e, com ela, a tarefa de dar início à construção do Paraíso na Terra.
Para os messiânicos, 1931 marca a passagem da Era da Noite para a Era do Dia: o fim de um período de escuridão espiritual, que dava espaço aos primeiros focos de luz. De acordo com a religião, o elemento fogo passa a ocupar mais espaço na espiritualidade e, com isto, ocorre a aceleração da purificação das máculas humanas. Quatro anos depois, a igreja foi reconhecida oficialmente pelo governo japonês.
Os ensinamentos de Mokiti Okada centralizam-se em uma mudança inédita para a humanidade: é o colapso do reino da noite, o desmoronamento da cultura metropolitana, que dará lugar à revalorização dos conceitos locais e, após um período de graves crises econômicas, as classes privilegiadas cederão poder, proporcionando maior equilíbrio social. São as primeiras luzes espirituais que surgem para a humanidade.
Para permitir que estas luzes se disseminassem por todo o planeta, a Igreja Messiânica começou a implantar os primeiros “solos sagrados” – os templos e seu entorno –, em que a iluminação divina encontra terreno fértil para se implantar e desenvolver. Os solos sagrados se espalharam pelo Japão e hoje o maior museu particular do país, em Atami, é um templo messiânico. Além do Japão, apenas Tailândia e Brasil possuem solos sagrados.
Okada morreu (ou ascendeu, de acordo com as crenças da religião) em 1955, sendo sucedido por sua mulher, Yoshi, no Trono de Kyoshu, título honorífico dado aos líderes espirituais. Eles são o elo entre Okada, o Meishu Sama, e os fiéis da Igreja Messiânica.
Os princípios da Igreja Messiânica são a divulgação da verdade, bondade e beleza, que trarão saúde, prosperidade e paz ao planeta. O elemento principal da religião é o johrei, a transmissão da luz divina através da imposição de mãos, que pode ser praticado por todo messiânico. De acordo com as crenças, o johrei traz bem estar, cura doenças e contribui para a manutenção da saúde perfeita na Terra.
Em 1955, a Igreja Messiânica chegou ao Brasil, juntamente com levas de imigrantes, que se tornaram mais frequentes com o fim da Segunda Guerra Mundial, conflito que devastou o Japão. Em 1962, estabeleceu-se a primeira sede da religião no país, com a realização do primeiro culto do paraíso terrestre. 20 anos depois, foi inaugurado o Edifício Mokiti Okada, sede da igreja no Brasil.
Em 1995, foi criado o “protótipo do Paraíso”, o primeiro solo sagrado no Ocidente, às margens da represa de Guarapiranga, na cidade de São Paulo. Nestes templos, além da ministração do johrei, são ordenados os seminaristas, que, desde então, se tornam ministros da Igreja Messiânica.
Os messiânicos acreditam em um Deus criador, cujo objetivo é estabelecer o céu na Terra. Para tanto, envia missionários, com mensagens adequadas a cada época, e assim são estabelecidas as religiões. No momento atual, o mensageiro de Deus é Mokiti Okada, que veio ao mundo com a missão de salvar toda a humanidade. A missão da Igreja Messiânica é extirpar as três desgraças que assolam o mundo: doença, pobreza e conflito.
O johrei é a imposição de mãos. Visa ampliar o poder de recuperação natural do homem, eliminar impurezas espirituais e restabelecer a harmonia original. A missão do homem, como representante de Deus, é construir um mundo paradisíaco. Quando ele contraria este objetivo – inclusive ao consumir alimentos não naturais –, acumula impurezas no espírito e na matéria.
Com isto, a saúde se desequilibra e instala-se a doença, uma desarmonia da ordem natural. O johrei é aplicado para restaurar a harmonia. É uma terapia holística, que não visa apenas devolver a saúde ao assistido, mas promover a paz e o equilíbrio integral.
Quanto mais impurezas o homem acumula, mais pesado fica o espírito, descendo a níveis mais distantes da luz. O johrei purifica o ser, permitindo que ele se eleve e se aproxime da luz, que, de acordo com os ensinamentos da Igreja Messiânica, é a fonte de sabedoria, saúde e felicidade. Assim, o johrei não se destina a curar doenças, mas a gerar felicidade (as doenças são formas de depuração espiritual). O objetivo do johrei é eliminar as impurezas espirituais e, com isto, extinguir o sofrimento humano.
Quando um messiânico impõe as mãos, ele permite que o assistido desperte a consciência para a existência do Criador, fortalece-o para superar os desafios da vida, torna-o mais saudável e sereno, eleva sua inteligência, expande sua aura (e assim o protege dos problemas cotidianos), proporciona prosperidade (ao permitir que o assistido perceba as oportunidades à sua volta) e fortalece os sentimentos de gratidão e solidariedade.
A Igreja Messiânica no Brasil tem sua sede central em São Paulo e é dividida em “áreas de expansão” – um conjunto de centros de johrei e de aperfeiçoamento. A Fundação Mokiti Okada desenvolve projetos sociais e beneficentes em várias cidades do país.