A história do rádio começou bem antes do Padre Landell de Moura. Foi em 1836, quando Michael Faraday descobriu o princípio da indução eletromagnética. Sessenta anos depois, físicos norte-americanos conseguiram transmitir ondas de rádio a curta distância. Landell de Moura foi o pioneiro da transmissão da voz humana sem fio – e o pioneiro do rádio brasileiro também.
Nestes mais de cem anos, o rádio passou por grandes momentos, períodos difíceis e reafirmações constante. E, mesmo com televisão, internet e outros aparatos tecnológicos modernos, permanece firme, presente em 99% dos lares brasileiros. Confira como se deu esta evolução.
1900: depois de sete anos de tentativas, o padre gáucho Landell de Moura consegue realizar a primeira transmissão sem fio da voz humana. Em São Paulo, a transmissão foi ouvida há oito quilômetros de distância, fato comprovado por jornais da época.
1922: no dia 7 de setembro, centenário da Independência do Brasil, ocorre a primeira transmissão de rádio oficial no país. No alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, é instalada uma emissora para transmitir o pronunciamento do presidente Epitácio Pessoa.
1923: Roquette Pinto funda a Rádio Sociedade do Rio Janeiro. A emissora não tem o nome por acaso. O rádio ainda era para poucos, e as pessoas se associavam às emissoras como se fossem clubes. Era um modo de mantê-las funcionando, já que a publicidade era proibida.
1932: o presidente Getúlio Vargas emite decreto permitindo a publicidade radiofônica, causando uma revolução no veículo. Tem início a Era de Ouro Rádio, que atingiria seu ápice nos anos 40. As emissoras, em questão de poucos anos, deixaram de ter caráter associativo e passaram a ser comerciais, com programação voltada à música, novelas e programas de auditório.
1938: o jogo Brasil 6 x 5 Polônia, pela Copa do Mundo, foi a primeira jornada esportiva de uma rádio no país.
1941: é criado o “Repórter Esso”, primeiro programa jornalístico-noticioso em rádio. Neste mesmo ano, vai ao ar a primeira rádionovela brasileira, “Em Busca da Felicidade”.
1948: ano considerado auge dos programas de auditório, símbolo maior da Era de Ouro do Rádio.
1951: chega no Brasil a televisão. Ainda era privilégio dos mais abastados, mais aos poucos foi “roubando” do rádio os programas de auditório, o que quase causou a extinção do veículo.
1956: a invenção do transístor possibilita a fabricação de rádios menores. Assim, o rádio consegue se reinventar e deixa de competir com a televisão. Menor, passa a ser o companheiro dos brasileiros. A programação aos poucos se renova: deixa de ser igual à da TV (já que, sem imagem, ficaria impossível competir) e passa a ser mais jornalística e instantânea, explorando melhor as potencialidades do veículo.
1970: surgem as primeiras emissoras em FM no Brasil.
2005: as principais emissoras brasileiras começam a testar a difusão digital de sua programação. Atualmente, são raras as rádios no país que não têm programação ao vivo pela internet. É a forma com que muitas emissoras conseguem driblar a obrigatoriedade de exibir a Voz do Brasil às 19h – na internet, não é obrigatório passar o programa oficial.